segunda-feira, 15 de agosto de 2011

domingo, 14 de agosto de 2011

Entrevista a um ultra JuveLeo

Boa tarde , antes de mais muito obrigado por aceitar ser entrevistado pelo blog movimento ultra.

Em primeiro lugar devo desde já agradecer ao MovimentoUltra a oportunidade que me concedeu em entrevistar-me, o que me orgulha, pois há quem aprecie a minha participação no fórum, e queira dar a conhecer a todos a minha perspectiva e conhecimento neste ramo, que afinal de contas nos interessa a todos que semana após semana nos deslocamos ao estádio.

1- Qual o principal objectivo da Juve Leo?
- O principal objectivo da Juventude Leonina acaba por ser também o objectivo de todos os grupos - quer organizados quer não organizados - o apoio incondicional ao clube que apoiam, e o acompanhamento do mesmo para todo o lado, independentemente da modalidade, sendo que a fixação é maior no futebol. No entanto, é de referir, que a vasta história que a Juve Leo acarta e tudo aquilo que simboliza, permitem-lhe também aos olhos de quem lhe pertence, tornar-se numa autêntica 'família de amigos', onde podemos conviver uns com os outros, trocar experiências,... é também algo muito importante a referir nas claques, o dinamismo e a capacidade que nos auferem de fazermos novas amizades e de crescermos como pessoas em si.

2- Porque se juntou a Juve Leo e qual o seu objectivo de se juntar a Juve Leo?
- Juntei-me à Juve Leo porque desde pequeno que nutri uma grande paixão pelas claques. Nas minhas primeiras idas a Alvalade (ao antigo estádio) pouco ligava às claques leoninas, e na verdade a primeira claque pela qual me interessei foi o Directivo Ultras XXI, na altura, em 2002 davam os seus primeiros passos como grupo organizado, mas foi por eles que desde sempre me apaixonei, e está claro, foi através deles que 'entrei' no Mundo Ultra. Depois fui começando a contactar com amigos meus que pertenciam e pertencem às claques, fui aprendendo umas coisas aqui outras ali, e após ter acesso a informação mais pormenorizada (histórias e acontecimentos que ocorreram), fui mudando um pouco de gostos, e comecei a interessar-me mais pela Juventude Leonina, claque na qual estou inserido.

Quanto ao objectivo ao juntar-me a esta grande claque, por um lado poder apoiar sem ter que estar sujeito a 'olhares de lado', coisa muito frequente nos tempos que correm nas bancadas centrais, nomeadamente. Por outro lado, também o querer participar, o querer fazer parte e o querer apoiar o meu clube de forma mais interventiva. Não me arrependo de o ter feito, sinto que hoje encaro o desporto em si de uma forma diferente, quando entro no estádio, canto e entoo cânticos já por puro instinto, é algo que me está cá dentro. Provavelmente quando ainda não estava integrado neste 'Mundo', se o meu clube perdesse lá ia eu para casa triste e com o sentimento de dinheiro desperdiçado, hoje não, adoro vencer, mas se não ganhar, fico triste claro, mas sinto que apesar de tudo, foi bom ter estado a apoiar a minha equipa, dei tudo, não podia fazer mais, convivi, confraternizei,... tenho o dia ganho.
3- Há quanto tempo esta na Juveleo?
Há 4 anos.

4- Antes de se juntar a Juve Leo,já admirava este modo de vida?
- Tal como disse anteriormente, sempre denunciei alguma relutância e desprezo por este modo de vida, e foi através do Directivo Ultras XXI que me inseri de certa forma neste Mundo, depois fui ouvindo histórias, pesquisei, informei-me com quem sabe,... fui formando a minha forma de ser e estar na Curva, e decidi juntar-me à Juventude Leonina.

5- Existe algum episodio marcante e porque?
- Existem tantos, basicamente todos os jogos são 1 episódio novo e marcante na vida de um Ultra. Assim de cabeça, episódios que me marcaram, o ambiente no jogo dos 5-3 diante do Benfica pelos motivos que todos sabemos, o jogo com o Everton em que vencemos 3-0, pois perante milhares de eufóricos adeptos ingleses, sendo nós pouco mais de 600/700 conseguimos abafá-los e catapultar a nossa equipa para uma exibição que viria a ser mítica; o jogo com o Atlético por toda a atmosfera que o envolveu; a carga policial e a repressão que as pessoas presentes no topo sul diante do Benfica foram alvos, pois foi uma das maiores respostas que vi de Ultras, e talvez a maior que presenciei na minha vida, entre outros... episódios marcantes é coisa que não falta e ficaria aqui horas e horas as descrevê-los, mas é a tal coisa, só quem os presenciou/viveu é que os pode realmente sentir.

6- Qual foi a transferta que o marcou mais e porque?
- Não tenho nenhuma transferta que me tenha marcado, talvez porque infelizmente no meu 'currículo' ainda não consta um número significativo de deslocações a outros pontos do país que não Lisboa e arredores. Muito por culpa da minha vida académica, e também em boa parte pelo facto de 'ainda não viver do meu'. Espero realmente no futuro vir a deslocar-me com mais frequência, mesmo com todas as adversidades que os Ultras actualmente enfrentam. Respondendo à pergunta, talvez a minha ida ao Dragão em 09/10 para a Taça em que fomos derrotados por 5-2, e que, apesar do resultado, a viagem foi bastante boa, com muitos cânticos, tanto para lá como para cá.

7- Em que estilo se enquadra mais,velho estilo ou a nova guarda?
- São diferentes mentalidades que devem ser respeitadas, mas no fundo o objectivo acaba por ser o mesmo. É verdade que ao longo dos anos muitos valores vão-se perdendo, mas as Velhas Guardas das claques continuam a ter uma acção fundamental nas decisões e na forma de actuar das claques, e só por isso, merecem todo o meu respeito. A Nova Guarda começa a impôr-se nas claques, é uma forma diferente de encarar o estilo Ultra, e aos poucos vão ganhando importância nas claques, portanto chegamos à conclusão que ambas são importantes para conseguir chegar a consensos dentro dos grupos. Mas sem duvida alguma, que olhar para aquilo que as Velhas Guardas representam é sinónimo de orgulho, eles mais do que ninguém têm o espírito Ultra bem presente. É com o conhecimento e sabedoria da Velha Guarda e com a dinâmica e inovação da Nova Guarda que muitas claques se devem guiar. Não me identifico com nenhuma em concreto, delimito os meus valores e ideais e é por eles que me rejo.

8- O que tem a dizer sobre o futebol negocio e a legalização das claques?
- Em primeiro lugar é preciso dizer que são termos completamente distintos. Quanto ao Futebol Negócio, é bom dizer que quem saiu a perder com isto tudo foram os adeptos, ou melhor, aqueles que querem realmente deslocar-se aos estádios. Sim, porque as televisões apelam as que as pessoas não vão aos estádios, até porque para juntar ao quanto cómodo é ver o jogo em casa, aparecem também os preços altíssimos dos bilhetes e os péssimos horários, isto aliado à cada vez menor capacidade aquisitiva das famílias, faz com que o futebol se torne num desporto para ricos. É claramente um ciclo vicioso que aqui se gera, e que prejudica, de todas as formas possíveis aqueles que apaixonadamente seguem os seu clube para todo o lado.

Quanto à legalização das claques, bom, aqui já é algo com prós e contras, e convém acima de tudo analisar as situações e só depois fundamentar uma opinião. A legalização traz de certa formas regalias, permite o uso de adereços com símbolos da claque, apoios por parte do clube, entre outras coisas. Mas traz também adversidades e uma delas é a facilidade com que a claque pode começar a ser controlada, identificação de elementos, entre outras coisas. Na minha opinião não deveria haver nenhum tipo de regulamentação deste género, porque eu não vejo os ditos 'adeptos normais' a serem identificados antes mesmo de entrarem no recinto desportivo, é que se repararmos, estão-se a identificar elementos logo à partida sem que estes tenham feito o que quer que seja, e isto é uma injustiça para os Ultras. Eu tenho a documentação que me assume como cidadão português e legal neste país toda em dia, portanto não devo nunca ser identificado por contribuir para o desenvolvimento de actividades desportivas.

Por fim, na minha opinião muitas claques foram pressionadas a legalizar-se, e apesar de tudo, é coerente serem contra o Futebol Negócio/Moderno mesmo sendo legalizadas, o que ocorre é que hoje em dia, 'há muita parra e pouca uva', vejo muita gente a queixar-se mas poucos são realmente aqueles que lutam contra o Sistema, e nesse grupo estão incluídos elementos de claques legalizadas.

9- Qual o jogo que o marcou mais devido a um grade apoio por parte da Juveleo,ou uma grande fumarada?
- De apoio muitos, mas talvez o 5-3 com o Benfica, nomeadamente na 2ª parte, foi uma coisa do outro Mundo, impossível explicar assim em meia dúzia de palavras. Em termos de pirotecnia, também há muitos, mas vou referir o mesmo jogo, em que houve momentos da 2ª parte em que grande parte do meio-campo estava completamente invisível tal era o número de tochas abertas e de bombas de fumo utilizadas. Grande jogo sem duvida!

10-O que é que a sua família e amigos acha de você ser um “ultra”?
- Bom, não vou ser incoerente e hipócrita ao ponto de afirmar que concordam na totalidade com a minha decisão em juntar-me a um grupo organizado. Não vou falar em 'pai, mãe', vou apenas falar em familiares, na sua grande maioria até não concordam em que eu me tenha junto à Juventude Leonina, mas tiveram de aceitar esta decisão, pois tal como eles, também eu tive de tomar várias ao longo da minha juventude. Tive 2 familiares meus que foram sócios da Juventude Leonina.

11-O que acha do panorama ultra nacional?
- Em termos nacionais, vejo muitos Ultras queixarem-se que 'nada é como antes', pois é normal que não seja, os tempos mudaram, alguns valores desapareceram, outros ideais surgiram, até a regulamentação, a forma de actuar da polícia, e a forma de ser e estar dos Ultras mudou... apesar de tudo, e mesmo a todo o tipo de estereótipos a que os Ultras estão expostos regularmente, devido à forma como são vistos pela sociedade, devemos estar orgulhosos do nosso movimento, e basta olhar para algumas deslocações dos grupos portugueses ao exterior, e ver os espectáculos que demos e espero continuaremos a dar, chegando mesmo a 'abafar' muitas claques/grupos de adeptos de renome. Portanto creio que em termos de panorama nacional temos estado muito bem lá fora, nos nossos redutos ainda falta em alguns grupos alguma mentalidade, nuns vai aparecendo, noutros nem por isso. Mas tendo em conta as adversidades a que os Ultras estão expostos, creio que o balanço a fazer é positivo.

12- O que acha da utilização de potes de fumo/tochas/petardos? E acha que deveriam ser legalizados?
Sou apologista e defensor dos mesmos. São proporcionadores e impulsos para aumentar o ambiente, e têm todos eles funções 'importantes'. Portanto à semelhança do que se passa noutros países pela Europa fora, creio que o material pirotécnico deve ser legalizado, pois quando usado adequadamente não constitui perigo nenhum para os presentes, e só ajuda a dinamizar o espectáculo. Apesar de tudo, deveria haver uma lei que responsabilizasse quem fizer uso dos mesmos, e não toda a claque.

Desde já também dizer que sou totalmente contra o uso de very lights e engenhos do mesmo género, e lamento o uso que a Juventude Leonina fez dos mesmos na época passada, por 2/3 vezes.

13- Se tivesse que optar por a Juveleo ser uma claque com um grande espectáculo visual, ou um grande apoio vocal,o que escolheria?
- Grande apoio vocal. Afinal acaba por ser o principal objectivo das claques, o apoio à equipa. Só depois sim vem o espectáculo visual, quer em material, coreografias e pirotecnia.

14- O que acha da brutalidade policial em jogos de futebol?
- É uma autêntica vergonha quando a polícia faz uso e abusa do poder que incontestavelmente tem. E pior é quando eu vejo crianças, mulheres, idosos e Ultras inocentes a serem agredidos só porque a polícia não sabe lidar com quem provocou os supostos desacatos. Na minha opinião, os spotters, conhecidos como a 'polícia das claques', não passam de mais um grupo da PSP, pouco fazem para zelar pela segurança das pessoas, aliás, fazem precisamente o contrário, e o suposto treino que eles tiveram para saber lidar connosco, não passou de mais uma farsa, um barrete para encobrir e ocultar a incompetência que se gera na PSP. E depois acho piada que ainda vem um inútil à televisão dizer 'é uma vergonha as pessoas revoltarem-se contra a polícia', claro que sim, as pessoas estão a ser carregadas, e não vão fazer nada, vão continuar a levar...

Uma vergonha, e tenho pena que sejam sempre os mesmo a ser reprimidos, sim porque os 'shows' de estupidez da polícia a que eu já assisti, nunca vi em qualquer outro sítio que não o futebol.

Tal como eu sempre disse, aqui independentemente do grupo e do clube, todos os Ultras se têm de unir, isto é uma luta de todos, temos de combater o Sistema, para podermos ter direito a apoiar as nossas equipas sem corrermos o risco de sermos carregados sem motivo aparente.

15- Qual o episodio que o marcou mais pela negativa?
Felizmente presenciei poucos episódios que me tenham marcado pela negativa, mas talvez uma carga polícial que sofremos nas entradas do Estádio da Luz sem causa aparente, e que apesar de tudo respondemos com aquilo que tínhamos. Um episódio que sucedeu no Sporting 1-4 Benfica, em que alguns elementos (poucos) foram agredidos por elementos ligados a um núcleo da Juventude Leonina, cujo motivo da agressão foi terem entoado cânticos contra o presidente. Também as rusgas feitas pela polícia na nossa casinha no jogo diante do Setúbal em que nos obrigaram a ver apenas metade do jogo, e pouco ou nada apreenderam. Por fim, houve episódios que não presenciei, e que era bastante novo mas que de certa forma me marcaram pela negativa, o lançamento do very light no Jamor que resultou na morte de um sportinguista, e a queda do varandim que provocou a morte a 2 elementos da Juve Leo.

16- O que acha dos tifos?
Não há muito para achar, na minha opinião marcam aquilo que é o aspecto visual das claques, para além de embelezarem o espectáculo também mostram o talento e o esforço que as claques têm para apoiar as suas equipas. Quanto aos tifos em si, prefiro sem duvida alguma os que são feitos à mão, por qualquer que seja o resultado, pois para além do dito 'desenho' também têm muito do nosso esforço e do nosso trabalho, e isso é reconfortante para um Ultra. Tifos imprimidos rejeito, não são nossos, e vão contra os valores daquilo que é a mentalidade Ultra.

17-O que tem a dizer sobre os restantes grupos de Alvalade e as sua mentalidade?
- Não me poderei exprimir da melhor forma neste parâmetro, é certo que dos restantes 3 grupos de Alvalade, nutro por todos eles um sentimento de respeito. Quanto ao Directivo, creio que apesar de alguma irregularidade com que se apresentou no ano passado, tem tudo este ano para triunfar, pois é uma claque com um excelente potencial não só a nível vocal, como também a nível visual, quer em coreografias quer em pirotecnia, se bem que em termos de mentalidade ainda está um pouco aquém daquilo que seria de prever. Quanto à Torcida, é uma claque com muita história, que é nas coreografias e no esforço que se destaca, ficando um pouco aquém em termos vocais. Depois é claramente o rosto da legalização das claques, pois foi a primeira a ter a documentação em dia, no entanto é bom saber, que é das que mais luta contra o actual Sistema, e por isso, acaba por merecer todo o meu respeito. A Brigada não passa de um grupo de amigos, é certo que são poucos, mas têm uma grande mentalidade, estão sempre presentes, e fazem os possíveis quer a nível de apoio, quer em coreografias. O Sporting está muito bem servido em termos de grupos organizados, e podemos esperar uma grande época fora das 4 linhas!


18-Qual foi a deslocação a luz que o marcou mais e porque?
- Sem duvida alguma a do ano passado, para além de sermos muitos mas mesmo muitos, também dado o momento de entusiasmo que se fazia sentir em Alvalade, tanto para lá como para cá houve muitos cânticos, muitos fumos e muita paixão pelo Sporting. A nível de apoio, fomos um pouco prejudicados pelo facto do Sporting ter sofrido cedo, e tardamos um pouco em impormo-nos no entanto, fomos ganhando espaço, e fizemo-nos ouvir muitas vezes, mostrando um apoio incondicional à equipa. Foi uma excelente deslocação, e quando chegámos ao ponto de partida, poucos eram os que estavam transtornados com o resultado.

19-O que tem a dizer sobre a cultura casual na Juve Leo e hoje em dia como acha que esta a politica dentro da Juve Leo?
É uma maneira de ver o futebol e de encarar este Mundo diferente, e como tal respeito-a. Existiram e existem grupos Casual no Sporting, sendo os mais importantes o GMT e a O1906 (Sporting Casuals), eles estão lá, e fazem sentir a sua presença através do apoio, no entanto passam despercebidos, que é no fundo o objectivo deles. Quanto à política, desprezo por completo nas Curvas, todos sabemos que nos anos 90 muitas das claques sofriam influência de extrema-direita com o uso de suásticas, cruzes celtas, simbologia (14/88),... algo que eu acho de todo mau, pois não é de todo o objectivo das claque acolher e transportar consigo política. No entanto, sabemos que muitos grupos ligados à política acabaram por ter uma importância tremenda, falo do caso da Juventude Leonina, e nem preciso de dizer o porquê, quem anda neste Mundo sabe certamente do que falo. Hoje em dia, e com o desaparecimento ou melhor, com o ocultar de grupos ligados à extrema-direita, começaram e ainda hoje aparecem símbolos ligados à extrema-esquerda, verdade que são poucos, mas recuso também, até porque a extrema-esquerda pura acarta consigo muito daquilo que é a cultura anarquista, que, só de si, também denigre um pouco as claques. Mas não me vou alongar, fico contente por saber que muitos grupos desprezam politicas nas Curvas, e que têm como símbolo máximo e ideal o clube que apoiam.

20-Um episodio recente ,num Sporting Vs Benfica em que a policia entrou a bastonada na vossa curva,sabendo que você teve presente o que nos pode contar sobre esse episodio?
Não há muito a dizer, basicamente todos nós, quer os que lá estavam quer os que não estavam, viram o mesmo. Sem causa aparente, ao que parece o uso de um objecto pirotecnico por parte de um grupo reduzido de elementos, fez com que a polícia usando toda a sua inteligência revira-se quer o A14, quer os sectores mais próximos, batendo em tudo o que mexia, e não estavam eles à espera que o pessoal se revolta-se, aliás não estavam que o famoso subentende chegou a dizer que 'já não há respeito pela polícia', algo normal, só se esqueceu é que o seu grupo de capangas não respeitou aqueles que todos os fins-de-semana lá estão a apoiar as suas equipas. Não foi só uma demonstração de força, coragem, raça e mentalidade da Juve Leo, foi também a amostra de que o movimento Ultra está bem vivo em Portugal. Os Ultras andam de olhos bem abertos, e vão continuar a lutar por aquilo a que têm direito.

21- Que tipo de “atmosfera” se enquadra em Alvalade, e na Juveleo em dias de Derby ?
- Por um lado, ódio ao rival e vontade de nos superiorizarmos ao mesmo, por outro vontade de nos transcendermos a nós próprios. Sentimos que temos de cantar até não podermos mais. É o grande jogo, é paixão, raça, amor, ódio,... tudo junto é isso que um Sporting X Benfica simboliza. Experimentem andar em Telheiras em dia de derby, que logo perceberão do que falo.

22- Que amizades a Juve Leo actualmente tem?
- Bom, as amizades da Juve Leo, não são propriamente as amizades que certos grupos de Ultras têm com outros, e isto é importante de referir. Entre claques, temos uma muito conhecida com o grupo Settebello da Fiorentina. Também temos com os B-Side dos Go Ahead Eagles (Holanda), e com os Grobari/Alcatraz do Partizan de Belgrado. Se bem que estas últimas não têm sido tão fomentadas como a que temos com o Grupo Settebello.

23- O que nos tem a dizer sobre o jogo Sporting Vs atlético de Madrid,onde aconteceu confrontos entre a Juve Leo e a Frente atlético?
Creio que não há muito a dizer, ao que parece estaria marcada uma batalha campal entre elementos da Juventude Leonina e da Frente Atlético, no entanto os espanhóis fazendo jus àquilo que é a mentalidade do seu próprio país, apareceram mais cedo com o fim de encontrarem o nosso pessoal desprevenido. No entanto, os elementos das claques leoninas presentes à hora do almoço defenderam-se, começaram a circular SMS para o pessoal ir o mais rápido possível para o estádio, e a partir da tarde foi o que se viu. Certamente que muitos espanhóis não quererão regressar ao Campo Grande depois daquilo que lhes aconteceu pela noite dentro, mas isso, já é algo exterior ao que se viu. Convém dizer, que elementos das claques leoninas em Madrid foram agredidos pela polícia local, e alvos de tentativas de ataques por parte da Frente Atlético, e isso acabou por desencadear grande parte do que depois ocorreu.

24- O que acha do roubos de faixas panos entre claques?
- Se calhar para está de fora, pode não passar de algo inútil e sem sentido. Mas quem vive realmente isto, percebe que é uma forma de - de certa forma - ganhar respeito e de se impor. É verdade que os roubos começam a surgir com menos frequência e cada vez com menos honra, mas sem duvida alguma que qualquer faixa, pano, bandeira,... roubada tem uma história, e o Mundo Ultra acaba por girar também ele, um pouco à volta deste tema.


25- Actualmente como tem estado composta a vossa curva?
Muito bem composta, sector a abarrotar, muitos cânticos, a pirotecnia a ressurgir. Temos tudo para uma época de grande sucesso fora das 4 linhas. Falta só haver um pouco mais de entrosamento, e menos uso do megafone, por vezes. E claro, da resolução de alguns problemas a nível interno na claque, que apesar de tudo têm-se dissipando aos poucos, veremos agora e no futuro como será.

Foi um prazer ceder algum do meu tempo a este grande blog, e espero que todos os que lerem isto, desfrutem e retenham aquilo que entenderem.

Obrigado por ter respondido as perguntas ,com os melhores cumprimentos movimento ultra.

FC Porto-Vitória S.C